Homenagem

Cachorro é destaque em quadro de formatura

Ideia de incluir o cachorro partiu dos alunos e foi abraçada pela direção do Instituto de Biologia

Paulo Rossi -

A turma de formandos de 2017/2 do curso de Biologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) quebrou o protocolo em seu quadro de formatura. Além da composição clássica, com professores, funcionários e alunos, uma figura chama a atenção: é a presença de Orelha, o cachorro que virou o mascote do curso.

Até mesmo no discurso de formatura feito pela oradora Yasmin Mello ele estava presente. No pronunciamento, ela agradeceu a companhia do cão durante toda a graduação, além de jurar amor eterno ao companheiro. Ela conta que a ideia da homenagem surgiu como uma brincadeira, mas logo virou coisa séria.

No início, as pessoas encaravam como uma pegadinha. Ela conta que a ideia surgiu como uma brincadeira por ele estar presente em todos os momentos marcantes da graduação. Alguns colegas e funcionários custaram a crer, e até mesmo a empresa produtora da formatura não levou a sério de início. Conforme a iniciativa tomava corpo, foi feita uma votação entre a turma, com a maioria aprovando a homenagem. "Foi um espanto para a maior parte, mas depois gostaram da ideia", explica.

Por não terem encontrado precedentes de homenagens feitas a animais na UFPel, o próximo passo era resolver a burocracia, e neste momento entrou outro grande amigo de Orelha: o professor Althen Teixeira Filho, diretor do Instituto de Biologia (IB) da UFPel. Ele conta que costuma levar lanches como empadas, croquetes e biscoitos para o cão todas as manhãs e é frequentemente seguido por ele enquanto exerce suas funções pelo Campus Capão do Leão. De início, o professor abraçou a ideia e redigiu um documento autorizando a homenagem ao amigo. "Achei maravilhoso! Biólogos vão gostar de quem?", brinca, lembrando a conexão dos alunos do curso com os animais.

Presente desde sempre
Um dos formandos, Alison Munhos, diz que desde o início do curso, os alunos de Biologia se acostumaram com a presença de Orelha. Ninguém sabe precisar ao certo há quanto tempo ele habita o IB, porém todos já estão acostumados com a presença dele em aulas, eventos, festas, trotes e agora até nas formaturas. "Ele representa uma companhia diária", explica Munhos.

O curso de Biologia é de horário integral, portanto os alunos costumam passar o dia inteiro no IB. Orelha sempre lhes recebe pela manhã e acompanha até a parada do ônibus no fim da tarde. "É um cachorro sedutor", define o professor Althen. Ele diz que o animal costuma pedir carinho e festa até os alunos dividirem seus lanches com ele.

A origem do apelido se deu pela falta da orelha esquerda. Ninguém soube ao certo explicar o motivo das lesões que levaram ele a precisar de uma cirurgia para retirar a cartilagem. Segundo o professor, o cachorro passou por uma conchectomia, feita no hospital veterinário do Campus e desde então passou a ser chamado de Orelha pelos alunos.

Presente no quadro e na formatura
O formando Márcio Ferreira diz que o contato dele com a turma era enorme, em todas as situações. Até mesmo na colação interna, em um auditório no Campus, Orelha se fez presente. Elisa Aires, também formanda, lembra que enquanto os alunos recebiam os diplomas e eram aplaudidos, ele latia, quase como uma forma de parabenização. Ela explica a conexão da turma com Orelha definindo os cães como seres com inteligência e sentimentos enormes. "São animais como nós, apenas de outra espécie", define.

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